Andrade Gutierrez Engenharia requer pedido de recuperação extrajudicial.

Por: Vitor Ferrari e Ivan Kubala

Alvo da operação lava-jato e obrigada a assinar acordo de leniência com a União no qual se compromete a restituir cerca de R$ 1,50 bilhão, a famosa empreiteira Andrade Gutierrez, por meio de seu grupo empresarial, protocolou pedido de recuperação extrajudicial no valor aproximado de R$ 2,36 bilhões na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte.

O estopim que obrigou as empresas do grupo a se recorrem de tal maneira foi o fato de não honrarem os pagamentos aos credores que detinham os títulos de sua dívida no mercado internacional. Tais dívidas são cotadas em dólar, e com a escalada da moeda frente à desvalorização do real, somada à grande crise política e econômica no Brasil, que reduziram drasticamente os investimentos em infraestrutura e construção civil, aumentaram e muito o seu custo, ao passo que a empresa passou a lucrar cada vez menos.

Outro fator importante que certamente afetou as atividades da empresa foi o fato de estar envolvida em escândalos de corrupção apurados pela Operação Lava Jato. Com isso, a credibilidade da empresa diminuiu no cenário nacional e internacional, além de lhe dar um duro golpe econômico, já que foi obrigada a restituir R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.

Os valores das dívidas são oriundos da emissão de títulos da dívida da AG Internacional, empresa pertencente ao grupo, no valor de US$ 500 milhões, que venceriam em 2018. Todavia, como já mencionado, a Andrade Gutierrez não conseguiu adimplir suas obrigações perante os credores internacionais detentores de seus títulos.

Sem condições de pagar seus credores, a AG Internacional optou por ofertar novos títulos no valor de US$ 336,1 milhões, de modo a substituir os antigos. Para que aceitassem a proposta, a empresa se viu obrigada a dar várias garantias, sobretudo as demais empresas que pertenciam ao grupo.

A tentativa de uma recuperação extrajudicial se deve a falta de crédito com os bancos, o que impossibilita que a empresa consiga empréstimos. Agora, com o pedido feito à justiça, Andrade Gutierrez afirma que o plano proposto aos credores está de acordo com os parâmetros da Lei 11.101/05 (Lei de falências e recuperação judicial), já possuindo inclusive a adesão de mais de metade dos credores.

Com o pedido, a empresa busca, dentre outros benefícios, vincular todos os seus credores ao plano proposto, que prevê títulos com vencimento até 2024.

Com a colaboração de Luis Felipe Simão

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