Por: Vitor Ferrari e Ivan Kubala

O maior time de futebol do Estado de Santa Catarina, o Avaí Futebol Clube, enfrenta há anos situação complicada em relação às suas contas: as dívidas do clube e o seu endividamento estão altíssimos. Em razão disso, o clube ingressou com recuperação judicial em 2023, ano de seu centenário, a fim de evitar a liquidação do clube e permitir que ele continue em atividade.

Segundo a imprensa, o Avaí acumula dívidas de cerca de R$ 107 milhões, o que torna a situação financeira insustentável e se agrave ainda mais com o decorrer da incidência de juros e correções. Com a recuperação judicial, o clube pode negociar com seus credores e propor um plano de reestruturação financeira para quitar as dívidas sem que haja a dilapidação do patrimônio do clube.

De acordo com dirigentes e diretores, o Avaí focou em sua reestruturação financeira, buscando equilibrar as receitas e as despesas sem assumir novas dívidas. Outro fator que marcou a atuação da diretoria foi um plano para pagamento de salários, sobretudo dos jogadores, de modo que não haja atraso.

Todavia, a incidência de juros mantém o endividamento do clube em patamares altos e crescentes. Diante da impossibilidade de redução do passivo total, o clube não vislumbrou outra possibilidade senão o ajuizamento de pedido de recuperação judicial.

Entre as medidas adotadas pelo Avaí estão a renegociação de contratos com fornecedores e a venda de atletas para gerar receita, diminuir a folha de pagamentos e diminuir as dívidas. Além disso, o clube passou a adotar uma séria política de austeridade, com redução de gastos e revisão de contratos.

Caso haja o deferimento da recuperação judicial, o clube terá período de imunidade contra execuções de créditos inseridos no processo de recuperação judicial por 180 dias, prorrogáveis uma vez por igual período; além de ser obrigado a apresentar plano detalhado a seus credores, no qual explicará como planeja pagar os créditos.

No entanto, a situação do clube está longe de se resolver. Somente débitos inseridos no processo de recuperação judicial ficam imunes à execução. Ou seja, novas dívidas contraídas pelo clube não gozam de imunidade, podendo ser imediatamente cobradas.

Destarte, é necessário que o Avaí continue com medidas de austeridade e busque novas formas de receita para que se manter financeiramente e seguir competindo em alto nível. A recuperação judicial do Avaí Futebol Clube é um exemplo de como essa medida é fundamental para a sobrevivência de empresas em dificuldades e para a preservação de empregos, atividades econômicas e arrecadação de impostos.

Com a colaboração de Luís Felipe Simão