Neutralidade de carbono e a transição energética

21/09/2021

Por Leonardo Neri e Fabiana Porta

Em dezembro de 2015, foi aprovado o compromisso internacional para a redução do aquecimento global no mundo. O acordo foi discutido entre 195 países durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, substituindo o Protocolo de Kyoto.

Também ratificado pelo Brasil, o pacto tinha como principal objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa para frear o aumento da temperatura global, a fim de diminuir a vulnerabilidade a eventos climáticos extremos e a suscetibilidade de países subdesenvolvidos a eles. Em abril desse ano, na Cúpula de Líderes sobre o Clima, promovida pelos Estados Unidos, o governo brasileiro anunciou a intenção de atingir a neutralidade de carbono no país até o ano de 2050, que pode ser alcançada quando nenhum equivalente de dióxido de carbono for adicionado à atmosfera, seja por emissão ou retirada.

Uma das formas de se atingir a “pegada de carbono zero” é não emitir valor excedente ao CO2 passível de ser absorvido naturalmente por meio do processo de fotossíntese das florestas e vegetação nativa.No entanto, outra forma de atingir a neutralidade de carbono é por meio da redução da produção de energia elétrica por usinas de carvão e o aumento da produção através de fontes renováveis, como a energia eólica, solar e de biomassa.

A matriz energética brasileira, por exemplo, é representada majoritariamente por hidroelétricas, que respondem por cerca de 60% da geração de energia elétrica no país. Apesar de a justificativa desse histórico ser relacionada às condições geográficas do território, a dependência exclusiva dessa modalidade é prejudicial, uma vez que a população depende dos índices pluviométricos.

Quanto ao crescimento na participação de outras fontes renováveis para a obtenção de energia elétrica, o país conta com a energia eólica que, em 2009, tinha participação de 0,9% na matriz energética e passou a contribuir, em 2021, com 10,2% da energia gerada, de acordo com dados obtidos[1].

Para a transição energética, a produção de energia por meio de fontes renováveis não é suficiente. É preciso transição energética em outros setores, como transporte – uso de combustíveis renováveis, como o etanol – e aproveitamento de resíduos (centros urbanos seriam capazes de produzir energia elétrica através de resíduos sólidos).

É necessário que haja uma mudança estrutural na sociedade, a começar pelo governo. Diante de mais uma crise do setor energético, percebemos que a história se repete e se assevera, nos indicando que não podemos ser dependentes de uma única fonte de energia.

Por isso, precisamos de diversidade energética para uma produção descentralizada, sendo fundamental desvincular a produção de energia à precipitação hídrica, o que nos dará maior eficiência e segurança de abastecimento, bem como menos desperdícios, em que pese o cenário promissor dos últimos anos.

[1] https://origoenergia.com.br/blog/entenda-o-que-e-transicao-energetica

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