Por: Vitor Ferrari e Ivan Kubala
Em recuperação judicial há cerca de 04 anos, a tradicional Livraria Saraiva deu aquele que pode ser o seu último passo como recuperanda: conseguiu aprovar junto a um grupo de credores a conversão de suas dívidas sujeitas à recuperação judicial em ações.
A empresa vem se desfazendo de ativos na esperança de gerar o capital necessário para adimplir os créditos de seus credores: em junho, vendeu o ponto que a pertencia no Shopping Ibirapuera, além de repassar créditos tributários a um fundo de investimento, possibilitando que parcela relevante de sua dívida fosse abatida.
Agora, com a proposta de conversão em ações, a empresa distribuirá cerca de R$ 163 milhões em ações, o que reduzirá os efeitos das dívidas em seus balanços contábeis futuros. Com essa injeção de capital, a Livraria Saraiva ficará com cerca de R$ 300 milhões em dívidas sujeitas à recuperação judicial, valor inferior à metade das dívidas com que a empresa iniciou 2022.
Todavia, parcela significativa dos credores não aceitou receber os créditos dessa forma, já que a empresa terá seu capital pulverizado na Bolsa de Valores, sem que haja um grande detentor de ações. Tais credores, de acordo com os planos da recuperanda serão pagos a partir de 2026. Com a concordância de boa parte dos credores, a empresa conseguiu reestruturar melhor suas dívidas e gerenciar seu fluxo de caixa de acordo com as necessidades financeiras.
Com isso o ânimo interno melhorou e a empresa voltou a objetivar expandir dentro de seu nicho, já que além dessa boa notícia, a empresa vem diminuindo seus prejuízos mensais.
Com a colaboração de Luis Felipe Simões