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Abandono de emprego e estabilidade gestacional: Decisão do TRT-4 traz alerta às empresas

4 de novembro de 2025

O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região confirmou recentemente a justa causa aplicada a uma trabalhadora que se ausentou por mais de 30 dias sem apresentar justificativas, informando sua gestação apenas posteriormente. O caso chama a atenção do meio empresarial porque envolve o delicado equilíbrio entre o direito à estabilidade provisória da gestante e o dever da empregada de comunicar tempestivamente sua condição, sob pena de configurar abandono de emprego.

A decisão evidencia que a estabilidade gestacional não é absoluta, já que depende do cumprimento das obrigações básicas por parte da trabalhadora, como o comparecimento ao trabalho ou a entrega imediata de documentos que justifiquem eventual afastamento. No processo, os atestados médicos foram apresentados com atraso significativo, e o Tribunal considerou que a ausência prolongada, sem qualquer comunicação, configurou falta grave. Dessa forma, a empresa pôde rescindir o contrato por justa causa, sem que houvesse a reintegração ou pagamento de verbas indenizatórias normalmente asseguradas em casos de gestação.

Para as empresas, esse precedente reforça a necessidade de políticas claras de controle e comunicação de ausências. Embora o ordenamento jurídico proteja a gestante contra dispensa arbitrária, tal proteção não pode ser utilizada como escudo para afastamentos injustificados ou descumprimento de deveres contratuais. Isso significa que, desde que haja documentação adequada e registros de tentativas de contato, a justa causa pode ser mantida mesmo diante da estabilidade prevista em lei.

Nesse cenário, gestores e departamentos de Recursos Humanos devem redobrar a atenção. É essencial que, diante das primeiras ausências não justificadas, a empresa busque formalizar a comunicação com a trabalhadora, registrando notificações, contatos e convocações. Essa postura preventiva não apenas resguarda juridicamente a organização, como também demonstra boa-fé no tratamento da relação de trabalho. A manutenção de canais acessíveis de comunicação interna, bem como treinamentos periódicos para supervisores, é igualmente recomendada a fim de evitar lacunas que possam ser exploradas em eventual litígio.

Nosso escritório acompanha de perto os entendimentos mais recentes da Justiça do Trabalho e oferece suporte especializado para empresas que desejam estruturar políticas internas eficazes e reduzir riscos de condenações. Contamos com uma equipe preparada para auxiliar gestores e diretores de RH na implementação de práticas preventivas, elaboração de regulamentos internos e condução de litígios complexos. Se sua empresa busca segurança jurídica e soluções sob medida para situações delicadas como a estabilidade gestacional e o abandono de emprego, entre em contato conosco. Estamos prontos para assessorá-lo com experiência, precisão técnica e foco na proteção do seu negócio.

Se você tiver alguma dúvida sobre os assuntos abordados nesta publicação, entre em contato com qualquer um dos advogados listados abaixo ou com seu contato habitual do Mazzucco&Mello.

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