Por: Leonardo Neri
ESG vem do inglês environmental, social and governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. Trata-se de padrões e boas práticas e que definem se a empresa é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada.
O termo ganhou repercussão em 2020, após o anúncio feito pelo diretor-executivo de uma das maiores gestora de fundo – a BlackRock – de que empresas não comprometidas com critérios de sustentabilidade estariam fadadas ao insucesso, uma vez que o tema fundamentaria decisões de investimento da gestora.
Desde então, segundo a Pacto Global, em um levantamento feito pela Morningstar e pela Capital Reset, no Brasil, fundos ESG captaram R$ 2,5 bilhões em 2020 – mais da metade da captação veio de fundos criados nos últimos 12 meses. Ainda, de acordo com relatório da PwC, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, o que representa US$ 8,9 trilhões, em relação a 15,1% no fim de 2020. Além disso, 77% dos investidores institucionais pesquisados pela PwC disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos dois anos.
Para ser ESG, a empresa deverá apresentar e colocar em prática iniciativas sociais, ambientais e de governança, não, necessariamente, de maneira a abordar todos os aspectos ESG, mas sim, aqueles que forem necessários para a companhia, a depender do contexto em que está inserida.
Assim, na área ambiental, deverá fazer uso racional dos recursos naturais, preservar a biodiversidade, reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa, trabalhar com eficiência energética e tratar resíduos sólidos. No âmbito social, desenvolver a melhoria nas condições e relações trabalhistas, estimular políticas de inclusão, diversidade, direitos humanos e garantir a privacidade e segurança dos funcionários. Ainda, quanto à governança a empresa deverá ser pautada por condutas éticas e anticorrupção nos negócios, praticar transparência fiscal, adotar critérios de diversidade na escolha de membros do conselho e impedir casos de assédio, discriminação e preconceito.
No Brasil, a Ambev, uma das empresas que observam e aplicam os critérios ESG, com a finalidade de concretizar o assunto, criou um programa de estágio para negros e indicou duas mulheres para o conselho, o que proporcionou à empresa o selo Women on Board da ONU.
Os critérios ESG são de extrema relevância e importância para uma empresa, pois demonstra que está conectada com os desafios da sociedade e é visto, por investidores, de que a empresa está ciente do efeito que exerce em seu meio, além dos impactos que poderá gerar no ambiente empresarial.