28/01/2021
Por André Jerusalmy
O ano de 2020 foi como o ano em que o mundo viveu (e continua vivendo) uma das mais mortais pandemias da história. Na direção oposta, 2020 também foi marcado como um dos anos mais aquecidos para o mercado de capitais, sendo que no Brasil tivemos impressionantes 28 IPOs (ofertas iniciais de ações), movimentando aproximadamente R$117 bilhões.
O setor de e-commerce merece destaque, uma vez que grandes players que possuem relevante atuação no setor, tais como Petz, Lojas Quero-Quero, Locaweb, Méliuz e Enjoiei tiveram suas ações listadas na bolsa de valores. É importante também mencionar que algumas empresas optaram por seguir o caminho de fazer a oferta de ações fora do Brasil, como foi o caso do Mercado Livre, que possui suas ações listadas na Nasdaq, bolsa de valores norte-americana que negocia ações de empresas que atuam no setor de tecnologia.
Entretanto, apesar do excelente ano, ainda são poucas as empresas que conseguem trilhar o caminho do IPO, uma vez que o processo é custoso e burocrático. Ainda assim, mesmo em um cenário de incertezas econômicas, o setor de e-commerce mostrou-se resiliente à crise e foi uma ferramenta fundamental em razão da redução da circulação de pessoas, fazendo com que as previsões para o ano de 2021 sejam ainda mais otimistas, podendo inclusive ser melhor que o histórico ano de 2007, no qual ocorreram 64 IPOs.
Atualmente, importantes varejistas como Mobly, Tok & Stok e Westwing, que possuem forte atuação no e-commerce, estão em vias de realizarem seus IPOs, sendo que a Mobly deverá iniciar a negociação de suas ações no próximo dia 2 de fevereiro.
É importante ressaltar que mesmo empresas que não realizaram o IPO possuem outras ferramentas de mercado de capitais para fomentarem suas atividades, tais como a securitização de recebíveis, que é largamente utilizada por diversas empresas que desejam antecipar os recebimentos feitos a prazo.
Também merece destaque os investimentos relacionados à cadeia de empresas que dão suporte ao e-commerce, em especial no setor logístico. Referido setor apresentou forte crescimento no ano passado, especialmente aqueles relacionados a galpões e armazéns, uma vez que o setor de tecnologia promete manter aquecida a demanda por tais estruturas. Atualmente é possível encontrar na bolsa de valores alguns Fundos Imobiliários focados no investimento em galpões logísticos, que poderão crescer ainda mais durante o ano de 2021.